Atualmente, estamos vivendo a pandemia da COVID-19 e o mundo todo foi obrigado a adaptar-se a este novo ambiente, sofrendo grandes prejuízos. Um exemplo é o turismo como um todo, que envolve aviação, restaurantes, empresas e hotéis. Para se ter noção, no Brasil, de abril a dezembro de 2020, o número de voos domésticos foi 64% menor do que o realizado no mesmo período em 2019, mostrando como foi bastante afetado.
Dessa forma, o governo brasileiro lançou uma revista que apresenta dados sobre o impacto da COVID-19 no setor em questão, mostrando que houve uma redução de 59% em seu faturamento. Além disso, segundo cálculos feitos pela United Nations World Tourism Organization (UNWTO), os fluxos internacionais de turistas tiveram uma queda de 22% no ano de 2020, assim como decresceram em até 30% as receitas geradas pelo setor no mundo.
Assim como a pandemia não afetou todas as pessoas do mesmo jeito, ela também não afetou todos os países turísticos do mesmo jeito, pois muitos são considerados fortes na área, mas conseguem prosseguir economicamente sem ela. Esse é o caso da França, que tinha 9,5% do seu PIB com participação do turismo. Porém, outros países que têm uma maior dependência em seu PIB, como a República das Maldivas (32,5% do PIB), sofreram mais por haver desemprego no setor e repercussões dramáticas sobre sua população.
Além disso, as empresas aéreas também foram impactadas pela falta do turismo, o que pode ser observado tanto pela forte queda de suas ações na bolsa de valores, quanto pela perda de 59,6% do seu faturamento em 2020.
No gráfico abaixo, conseguimos visualizar com muita clareza o momento em que a pandemia se agrava e as ações da Azul caem drasticamente. Pode-se perceber que no dia 20 de fevereiro de 2020 as ações estavam com o preço de R$ 55,65, um mês depois, as ações estavam a R$ 13,80. Dessa forma, pode-se perceber que houve uma queda de 75,2% dos preços das ações.
Neste próximo gráfico, que representa as ações da Gol, vemos que, no dia 21 de fevereiro, as ações estavam a R$ 33,90 e no dia 20 de março estavam a R$ 7,30, mostrando uma incrível queda de 78,5%.
Assim, podemos perceber uma grande semelhança entre os dois gráficos perto do início da pandemia, no final de fevereiro e ínicio de março, com uma forte desvalorização.
No gráfico ao lado, podemos observar que o número de passageiros transportados em 2020, em voos domésticos, foi, aproximadamente, 47% menor do que em 2019. Além disso, ele mostra claramente que a partir do estouro da pandemia, em março, a demanda por voos foi menor comparado ao ano de 2019.
Um dos setores mais prejudicados pela pandemia de coronavírus foi o hoteleiro, pois ela causou o cancelamento de diversos eventos, suspensão de viagens, entre outros. Segundo o levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismos (CNC), mais de 3 mil hotéis, hostels e pousadas fecharam suas portas no ano de 2020. Além disso, o volume de reservas diminuiu muito, como pode ser visto que as reservas caíram em abril de 2020 70% se comparado ao mesmo período do ano em 2019.
Assim, com o número de reservas baixo, a taxa de ocupação foi muito baixa, tanto que em julho de 2020 a ocupação era de 60% na China, 48% nos EUA e 32% na Itália. Já no Brasil, a taxa de ocupação no início da pandemia ficou entre 75% e 80%.
Como consequência, houve um elevado número de hotéis fechados e, por isso, o setor de alimentação sofreu um grande impacto, sendo que mais de 28 mil estabelecimentos encerraram as atividades. Entretanto, o número de estabelecimentos com serviço de delivery aumentou. Além disso, 40% dos restaurantes especializados em comida a quilo fecharam as portas devido à crise.
Apesar de a pandemia ter afetado muitas pessoas e setores da economia, os estabelecimentos que mais sofreram foram as pequenas e médias empresas, sendo que estes correspondem a 87% do total dos locais fechados em 2020. Também, muitas pessoas perderam o emprego no setor de turismo, que segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) 397 mil postos formais foram eliminados no setor em 2020
Portanto, percebemos que a pandemia afetou todo mundo e o negócio de muitas pessoas, afetando a economia e, principalmente, o turismo.
Texto por Rubens Cortelazzi Roncato.